sexta-feira, 7 de maio de 2010

Novas Cirurgias...Novas Preocupações...Novas Superações.


Bom vamos retornar a historia da Rayssa!

Logo após a cirurgia para controlar a hidrocefalia, adaptada a válvula com sucesso, tínhamos outro leão pra matar!!!.... A pressão que não conseguíamos controlar, estava muito difícil pois nem os medicamentos estavam ajudando. Foram feito vários testes pra ver qual controlaria melhor, pois quando a pressão subia dava uma dor de cabeça muito forte nela (gostaria de trocar de lugar com ela), pois quando minha pressão sobe sinto dores terríveis preciso me isolar em um lugar escuro e sem barulho, e eu nem tenho um tumor comprimindo meu celebro imaginem ela...!!!

Depois de varias tentativas achamos um medicamento que conseguia estabilizar um pouco a pressão. Ai vinha outro problema... O inicio de quadros de febre muito alta, e o medico dela me informou que a um termostato em nossa cabeça que controla a temperatura do corpo, e no caso dela esse termostato não estava mais controlando.
Conclusão quando respirávamos aliviado por um lado, já vinha outra situação que no caso dela tudo era muito grave. Ela tendo febre eu tinha que ficar o tempo todo observando, seus olhinhos estava virando, ou a sua língua estava enrolando, pois poderia esta tendo convulsões febris, e tendo que colher sangue o tempo todo para ver se achava algum foco de infecção, eu já não dormia mais, pois a febre era constante e a deixava tac- cardíaca e ela poderia sofrer uma parada cardíaca ou respiratória.

Passaram-se alguns dias (não muitos) chega a noticia que não havia mais condições de esperar.... a Rayssa teria que fazer outra cirurgia, ou melhor, mais duas cirurgias. O fato dela esta a mais de 60 dias com o tubo poderia forma uma espécie de calo na garganta e comprometer definitivamente as suas cordas vocais. E a sonda nasal que entupia e precisava estar trocando com freqüência e já estava ferindo o narizinho dela. Detalhe que uma das medica que cuidava dela (eram muitos médicos) me disse: “Mãe não que haja possibilidade dela voltar a falar mais temos que seguir o protocolo do hospital”. Respirei fundo e disse tudo bem vamos fazer o que é melhor para a Rayssa, assinei mais um termo de responsabilidade pela a anestesia que seria geral e haveria risco dela entrar em como irreversível pelo quadro dela.

No outro dia sedo me avisaram a Rayssa vai entrar em cirurgia daqui a pouco, ficamos em oração, clamávamos a Deus de todo o nosso coração pois sabíamos os riscos de anestesiá-la novamente, mais também sabíamos os riscos de não permitirmos os procedimentos. Conversei muito com Deus e pedi a Ele que entrasse com a minha filha naquela sala de cirurgia, pedi que Ele mesmo fosse o cirurgião responsável, que no momento que o medico pegasse aqueles instrumentos Ele conduzisse as mãos dele, e pedi que Ele acalmasse minha filha, pois eu não poderia estar la mais Ele sim. Falai com a Rayssa e disse a ela que iríamos por ela pra dormir um pouquinho, só pra cuidar dela e que tudo ia ficar bem e que quando desse vontade de acordar que por favor ela acordasse e abrisse bem os olhos que estaria segurando em suas mãos, e ela piscou o olho como um sinal que havia entendido. Ela já sabia que quando saia do quarto não era pra voltar pra casa, que faria alguma coisa com ela e eu não estaria por perto.

No meio da tarde o medico que iria operá-la veio ao quarto conversar com agente (eu, minha mãe), falou dos riscos mais que seria uma cirurgia rápida de 40 a 50 minutos, que fariam dois procedimentos juntos pelo risco de anestesiá-la novamente. Passaram-se uns 20 minutos ela foi chamada para a cirurgia e as auxiliares vieram buscá-la, meu coração palpitava muito forte, minhas pernas ficaram bambas, pois eu sabia que poderia ser a ultima vez que eu estaria vendo os olhinhos da minha filha. Para levá-la para o campo cirúrgico era necessário desligar o respirador e os aparelhos, que ao ser desconectado apitava muito alto, e era colocado uma bomba de ar e o fisioterapeuta ia em todo o trajeto controlando a respiração, isso causava uma tensão muito grande nela, pois aquele apito muito alto, um monte gente rodeando-a e pedindo pra eu me afastar, aquela bomba em seu rosto e seus olhinhos de pânico, eu não conseguia me segurar e me enfiava no meio deles e ficava segurando na mãozinha dela dizendo, vai ficar tudo bem. E as portas se fecharam e dali em diante eu já não poderia mais entrar para acalmá-la, e eu a pus nas mãos de Jesus. Eu fiquei durante todo o tempo me lembrando dos olhinhos dela desesperados.

Passam-se os 40 minutos que pareciam eternos para mim, eu comecei a perguntar na entrada das salas de cirurgia, a Rayssa já saiu....e nada, esperei um pouco perguntei novamente e me falaram calma só fazem 5 minutos que vc perguntou, eu fiquei esperando..... Passaram-se os 50 minutos previstos ai eu perguntei de novo e nada..... Passaram-se 1 hora e nada, eu entrei em desespero e comecei a chorar muito já não conseguia escutar mais nada e nem enxergar outra coisa que não fosse a porta da sala onde ela entrou, passaram-se 1 hora e 30 minutos o desespero me tomou e eu comecei a dizer minha filha morreu e vcs não querem me falar.... Foi horrível aquela sensação de impotência, a medica que estava acompanhando a cirurgia viu meu desespero e saiu pra falar comigo e disse calma, tivemos um problema mais agora esta tudo bem, ela é muito forte e lutou bravamente pela vida já esta saindo, nesse momento as portas se abriu e era ela com os olhos meio que aberto me vendo de longe já nem quis mais ouvir a medica, sai correndo e comecei a beijar as mãozinhas dela, e me emocionei muito ao ver a boquinha dela novamente depois de tanto tempo com aquele tubo. Ela meio sonolenta me deu um sorrisinho de canto de boca (Estou aqui parada na frente do monitor procurando palavras para explicar a minha emoção ao ver aquele lindo sorriso....Não consigo), fomos juntinhas para o quarto, a expressão dela era de cansaço, mais de Paz.

Depois de ter curtido bem minha princesinha, eu fui procurar saber o que aconteceu e escutei o medico que fez a cirurgia conversando com a medica responsável da UTI, que a Rayssa havia perdido muito sangue e não estava voltando, seus batimentos estavam muito fracos e saturação caiu muito duas vezes durante a cirurgia.
Fiquei muito assustada, eles me viram chorando e vieram conversar comigo e disse que foi grave mais que agora estava tudo bem. Voltei para o quarto e era muito estranho olhar para minha filha e ver um cano saindo da sua garganta, quando fomos descobri-la para tirar o lençol sujo de sangue, a medica veio me mostrar a outra cirurgia, colostomia, uma sonda colocada direta no estomago, e a barriguinha dela estava com um corte enorme e profundo....”Meu Deus, me da força pra continuar” e eu novamente respirei fundo e pedi que a medicassem, pois aqueles cortes deveriam estar doendo bastante e a medica disse que ela já estava medicada pra dor e continuaria e que ela dormiria a noite todo pois as medicações eram muito forte, passaram-se meia hora e ela acordou, todo hora mexendo a boca, querendo falar e não podia, tentando mandar beijo.....que linda..... até que dormiu.

No outro dia sedo uma surpresa ela estava ótima, muito bem e a medica do plantão e toda a equipe vinha vê-la, super acordada e diziam ela é mesmo especial, eu quase tava andando de joelho de tanta que agradecia a Deus e não parava de beijar aquela boca linda que virou a sensação da UTI, ela era muito querida por todos la no hospital recebia visitas, presente e muito carinho do pessoal da portaria até os médicos. Graças a Deus.



E como sempre ela se superava........ Até breve com mais um trecho da historia.

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